terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

UM PROJETO DE DEUS


“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos”.
2 Coríntios 8:9


Existem muitas linhas de pensamento e teorias que pregam sobre a prosperidade de forma desafiadora, empolgante e algumas até mesmo ilusórias. Não é esse o meu interesse em explanar sobre o assunto, mas ensinar, de forma clara e objetiva, que Deus desenhou um projeto para o nosso bem estar.

Paulo estava tratando de contribuição financeira no capítulo 8 da sua segunda carta aos Coríntios e contando a sua experiência na Macedônia e como foi suprido pela generosidade dos irmãos daquela região. Muitos deles não sabiam das provisões que o apóstolo havia recebido de Deus através de muitas pessoas que se esforçaram para que isso acontecesse (2 Co 8:1-3).

Paulo fala de prosperidade em todo o capítulo com várias aplicações para a palavra:

ü  Abundância do gozo e riqueza de generosidade – v. 2
ü  Das posses que possuíam e da espontaneidade em doar – v. 3
ü  Da abundância de fé, amor, zelo, ciência, palavra e graça – v. 7

Tudo isso caracterizava a prosperidade que aquele povo possuía diante de Deus e sabia usar a cada uma no serviço do reino, sustentando e suprindo as necessidades dos discípulos que lhes eram enviados ali.

No verso 8, Paulo revela um projeto extraordinário de Deus: prosperar o seu povo através do conhecimento da graça e do propósito da vinda e sacrifício de Jesus.

Conhecer a graça

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo...”.

Os nossos irmãos na Grécia, no tempo de Paulo, estavam empenhados em cumprir o propósito da evangelização e trabalhavam no reino de Deus de forma destemida, alcançando principalmente uma classe mais necessitada de pessoas. A igreja em Corinto não era abastada financeiramente, mas, ao mesmo tempo, não perdia nenhum tempo com queixas e murmurações como se fosse esquecida por Deus.

Paulo nos mostra que esse povo conhecia uma verdade fundamental e determinante para a prosperidade: a graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto muitos buscam a prosperidade através de mecanismos, os crentes de Corinto entendiam que tudo era fruto da graça. Por isso, muitas pessoas dão o dízimo e entregam ofertas e não se alavancam nas suas vidas financeiras, porque só estão preocupadas com o mecanismo, mas o verdadeiro dízimo e a verdadeira oferta são aqueles dados sob os princípios da graça.

Quando nós entregamos o dízimo, conscientes de que tudo pertence ao Senhor, damos pelo princípio da gratidão (você vai ver mais sobre isso no nono dia). Não damos porque é um mecanismo que nos fará prosperar. A prosperidade, no contexto da graça, torna-se uma mera consequência, pois, a graça nos conduz ao resultado por meio do qual nos movemos sob o seu verdadeiro princípio. Graça é o favor de Deus a nós sem que tenhamos mérito algum.

Quando alguém contribui financeiramente porque quer acionar o mecanismo, está agindo por fruto do seu ego, da sua vaidade, da sua conveniência e até mesmo da sua necessidade, como sendo um meio de barganha com Deus. A maneira correta de fazê-lo é através do reconhecimento da graça de Jesus; Ele nos deu porque Ele é bom e por isso somos fiéis com os nossos dízimos. A nossa gratidão define o caráter do nosso dízimo e a graça determina a nossa prosperidade.

É bem verdade que o dízimo e a oferta são acompanhados por definições claras de bênçãos, mas a nossa motivação em contribuir é a nossa gratidão. Quando dizimamos em gratidão pela bondade de Deus, a graça se move em nosso favor e nos beneficia com as promessas que se seguem ao ato de dar. É bem melhor ser próspero pelo conhecimento da graça que ficar comprando bênçãos com atitude de tolos.

A bênção da substituição

“... que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre...”.

Você já imaginou Jesus, o Rei de glória e Senhor de todas as coisas, se preparando para despojar-se de todo o seu esplendor divino, saindo do absoluto para o temporal, da eternidade para o findável, do imensurável para os limites de um pequeno planeta, da soberania para a sujeição, do ser superior para uma forma humana, do alto e sublime trono para uma cruz? Consegue imaginar tudo isso? É claro que sim, e muito mais! Infelizmente, o nosso vocabulário é pobre para expressar tamanha atitude, tamanha renúncia!

Isso só aconteceu porque ele tinha um projeto: a nossa salvação. Dentro deste projeto, está desenhado o formato, o canal da nossa prosperidade, a graça. Enquanto a condenação deveria ser para nós, Ele se colocou em nosso lugar para nos dar a bênção da substituição.

A escassez não é projeto de Deus para ninguém, muito menos para a sua igreja! Esse tema é colocado no contexto bíblico como fruto de desobediência, provação, circunstância ou até mesmo maldição, mas nunca como propósito de Deus para o seu povo. Temos inúmeros exemplos de fatos na história bíblica que mostram Deus prosperando o seu povo para o Seu propósito ser cumprido. Deus deseja tanto nos ver prósperos que Jesus se fez pobre em nosso lugar.

Precisamos renovar a nossa mente. Não podemos ser conformados com a pobreza em nós. Deus, pela graça, vai nos conduzir aos resultados de crescimento. Nós não podemos pagar pelo que Jesus já pagou. Circunstancialmente podemos até sofrer alguma coisa nesse sentido, mas não podemos permanecer como se fosse o nosso estilo de vida, pois o Senhor já mudou a nossa história.

Se a substituição de Jesus teve o poder de nos salvar, ela é poderosa o suficiente para nos prosperar. A substituição na cruz não nos favorece unicamente na salvação, mas também na prosperidade.

O poder da transferência

“... para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos”.

A maioria das pessoas, quando falam de Jesus na cruz, só consegue ver o seu poder salvador, mas o sacrifício de Cristo nos revela a graça. A graça nos alcança também na prosperidade, através do poder da transferência. Jesus morreu e transferiu para todos os que nEle crêem o resultado da prosperidade. Não é um resultado solto e irresponsável, mas movido pelo princípio da graça. Quando entregamos os nossos dízimos por gratidão a Deus, por sua bondade e reconhecimento do seu Senhorio, alcançamos tal resultado.

Não podemos cair no erro de não dizimarmos com a escusa de que na graça não precisamos fazê-lo (você vai ver no décimo dia que o dizimo também está ligado com o sacrifício de Jesus). O dízimo é o meio pelo qual demostramos a nossa fé na graça. Assim como somos batizados nas águas para confissão pública de fé, damos o dízimo para declaração de gratidão pelo cuidado e provisão do Senhor através da sua graça.

Jesus se fez pobre, foi criado em uma cidade pobre e morreu como se fosse pobre para nos transferir o seu enriquecimento. Não temos outro caminho garantido de bênção financeira se não estivermos ligados ao sacrifício de Jesus.

Estamos no reino de Deus. A forma e a condição com que vivemos determinam a qualidade e o nível desse reino. Não podemos viver no reino de Deus como se estivéssemos em um lugar de submundo. Deus é próspero e abundante, o seu reino é prospero e abundante. Não há razões para nos enclausurarmos em nosso mundo de mesquinhez e egocentrismo enganoso do nosso próprio conceito e rejeitarmos essa verdade maravilhosa da graça, onde simplesmente somos enriquecidos por que Cristo se fez pobre por nós na cruz, onde somos abençoados pelo poder da transferência. Dar o dízimo, em um contexto desses, não passa de uma profunda gratidão ao Rei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário