“Pois
conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós
se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos”.
2
Coríntios 8:9
Existem muitas linhas de
pensamento e teorias que pregam sobre a prosperidade de forma desafiadora,
empolgante e algumas até mesmo ilusórias. Não é esse o meu interesse em
explanar sobre o assunto, mas ensinar, de forma clara e objetiva, que Deus
desenhou um projeto para o nosso bem estar.
Paulo estava tratando de
contribuição financeira no capítulo 8 da sua segunda carta aos Coríntios e
contando a sua experiência na Macedônia e como foi suprido pela generosidade
dos irmãos daquela região. Muitos deles não sabiam das provisões que o apóstolo
havia recebido de Deus através de muitas pessoas que se esforçaram para que
isso acontecesse (2 Co 8:1-3).
Paulo fala de prosperidade em
todo o capítulo com várias aplicações para a palavra:
ü Abundância
do gozo e riqueza de generosidade – v. 2
ü Das
posses que possuíam e da espontaneidade em doar – v. 3
ü Da
abundância de fé, amor, zelo, ciência, palavra e graça – v. 7
Tudo isso caracterizava a
prosperidade que aquele povo possuía diante de Deus e sabia usar a cada uma no
serviço do reino, sustentando e suprindo as necessidades dos discípulos que lhes
eram enviados ali.
No verso 8, Paulo revela um
projeto extraordinário de Deus: prosperar o seu povo através do conhecimento da
graça e do propósito da vinda e sacrifício de Jesus.
Conhecer
a graça
“Pois
conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo...”.
Os nossos irmãos na Grécia, no
tempo de Paulo, estavam empenhados em cumprir o propósito da evangelização e
trabalhavam no reino de Deus de forma destemida, alcançando principalmente uma
classe mais necessitada de pessoas. A igreja em Corinto não era abastada
financeiramente, mas, ao mesmo tempo, não perdia nenhum tempo com queixas e
murmurações como se fosse esquecida por Deus.
Paulo nos mostra que esse povo
conhecia uma verdade fundamental e determinante para a prosperidade: a graça de nosso Senhor Jesus Cristo.
Enquanto muitos buscam a prosperidade através de mecanismos, os crentes de
Corinto entendiam que tudo era fruto da graça. Por isso, muitas pessoas dão o
dízimo e entregam ofertas e não se alavancam nas suas vidas financeiras, porque
só estão preocupadas com o mecanismo, mas o verdadeiro dízimo e a verdadeira
oferta são aqueles dados sob os princípios da graça.
Quando nós entregamos o dízimo,
conscientes de que tudo pertence ao Senhor, damos pelo princípio da gratidão
(você vai ver mais sobre isso no nono dia). Não damos porque é um mecanismo que
nos fará prosperar. A prosperidade, no contexto da graça, torna-se uma mera
consequência, pois, a graça nos conduz ao resultado por meio do qual nos
movemos sob o seu verdadeiro princípio. Graça é o favor de Deus a nós sem que tenhamos
mérito algum.
Quando alguém contribui
financeiramente porque quer acionar o mecanismo, está agindo por fruto do seu
ego, da sua vaidade, da sua conveniência e até mesmo da sua necessidade, como
sendo um meio de barganha com Deus. A maneira correta de fazê-lo é através do
reconhecimento da graça de Jesus; Ele nos deu porque Ele é bom e por isso somos
fiéis com os nossos dízimos. A nossa gratidão define o caráter do nosso dízimo
e a graça determina a nossa prosperidade.
É bem verdade que o dízimo e a
oferta são acompanhados por definições claras de bênçãos, mas a nossa motivação
em contribuir é a nossa gratidão. Quando dizimamos em gratidão pela bondade de
Deus, a graça se move em nosso favor e nos beneficia com as promessas que se
seguem ao ato de dar. É bem melhor ser próspero pelo conhecimento da graça que
ficar comprando bênçãos com atitude de tolos.
A
bênção da substituição
“...
que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre...”.
Você já imaginou Jesus, o Rei de
glória e Senhor de todas as coisas, se preparando para despojar-se de todo o
seu esplendor divino, saindo do absoluto para o temporal, da eternidade para o
findável, do imensurável para os limites de um pequeno planeta, da soberania
para a sujeição, do ser superior para uma forma humana, do alto e sublime trono
para uma cruz? Consegue imaginar tudo isso? É claro que sim, e muito mais! Infelizmente,
o nosso vocabulário é pobre para expressar tamanha atitude, tamanha renúncia!
Isso só aconteceu porque ele
tinha um projeto: a nossa salvação. Dentro deste projeto, está desenhado o
formato, o canal da nossa prosperidade, a graça. Enquanto a condenação deveria
ser para nós, Ele se colocou em nosso lugar para nos dar a bênção da
substituição.
A escassez não é projeto de Deus
para ninguém, muito menos para a sua igreja! Esse tema é colocado no contexto
bíblico como fruto de desobediência, provação, circunstância ou até mesmo
maldição, mas nunca como propósito de Deus para o seu povo. Temos inúmeros
exemplos de fatos na história bíblica que mostram Deus prosperando o seu povo
para o Seu propósito ser cumprido. Deus deseja tanto nos ver prósperos que
Jesus se fez pobre em nosso lugar.
Precisamos renovar a nossa mente.
Não podemos ser conformados com a pobreza em nós. Deus, pela graça, vai nos
conduzir aos resultados de crescimento. Nós não podemos pagar pelo que Jesus já
pagou. Circunstancialmente podemos até sofrer alguma coisa nesse sentido, mas
não podemos permanecer como se fosse o nosso estilo de vida, pois o Senhor já
mudou a nossa história.
Se a substituição de Jesus teve o
poder de nos salvar, ela é poderosa o suficiente para nos prosperar. A
substituição na cruz não nos favorece unicamente na salvação, mas também na
prosperidade.
O
poder da transferência
“...
para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos”.
A maioria das pessoas, quando
falam de Jesus na cruz, só consegue ver o seu poder salvador, mas o sacrifício
de Cristo nos revela a graça. A graça nos alcança também na prosperidade, através
do poder da transferência. Jesus morreu e transferiu para todos os que nEle crêem
o resultado da prosperidade. Não é um resultado solto e irresponsável, mas
movido pelo princípio da graça. Quando entregamos os nossos dízimos por
gratidão a Deus, por sua bondade e reconhecimento do seu Senhorio, alcançamos
tal resultado.
Não podemos cair no erro de não
dizimarmos com a escusa de que na graça não precisamos fazê-lo (você vai ver no
décimo dia que o dizimo também está ligado com o sacrifício de Jesus). O dízimo
é o meio pelo qual demostramos a nossa fé na graça. Assim como somos batizados
nas águas para confissão pública de fé, damos o dízimo para declaração de
gratidão pelo cuidado e provisão do Senhor através da sua graça.
Jesus se fez pobre, foi criado em
uma cidade pobre e morreu como se fosse pobre para nos transferir o seu
enriquecimento. Não temos outro caminho garantido de bênção financeira se não
estivermos ligados ao sacrifício de Jesus.
Estamos no reino de Deus. A forma
e a condição com que vivemos determinam a qualidade e o nível desse reino. Não
podemos viver no reino de Deus como se estivéssemos em um lugar de submundo.
Deus é próspero e abundante, o seu reino é prospero e abundante. Não há razões
para nos enclausurarmos em nosso mundo de mesquinhez e egocentrismo enganoso do
nosso próprio conceito e rejeitarmos essa verdade maravilhosa da graça, onde
simplesmente somos enriquecidos por que Cristo se fez pobre por nós na cruz, onde
somos abençoados pelo poder da transferência. Dar o dízimo, em um contexto desses,
não passa de uma profunda gratidão ao Rei.
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