quinta-feira, 24 de junho de 2010

DEFININDO O CHAMADO

DEFININDO O CHAMADO

“As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de Quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza,
Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.
E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo.
E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
E disse: Ah! SENHOR Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos;
Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado.
De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a Moisés, teu servo.
Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.
E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome.
Eles são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão.
Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei.”

Neemias 1.1-11



Depois do cativeiro babilônico, Israel havia abandonado muitas raízes, sofrendo as influências do período crucial, que os levou a uma miscigenação cultural herdada dos setenta anos de escravidão. Não tinham mais os valores da sua fé, nem a prática da sua religiosidade e até mesmo a sua língua hebraica já estava trocada pelo aramaico, que perduraria até o tempo de Jesus quase 500 anos depois.
Setenta anos tinham sido desafiadores para a cultura judaica, tudo tinha se tornado novo, até mesmo o grande sonho da volta à pátria amada. Não sabiam mais como reestruturar o que tanto sonharam. Neste contexto, Deus moveu o coração de Neemias, que estava ainda no palácio pérsio e o tocou profundamente em sua paixão patriótica e em suas convicções espirituais, fazendo dele literalmente um chamado para a missão mais brilhante da sua vida: cumprir o propósito de Deus.
Mas como discernir ou definir esse chamado que ainda não está revelado na vida de um líder em potencial?


1 - INTERESSE PELA CAUSA
“Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.” v.02

O chamado é uma decisão divina, como veremos mais a frente no contexto do livro, mas as suas evidências são perceptíveis no âmbito natural. Com isso, uma pessoa chamada revela as características do seu chamado.
Neemias cumpria o seu dever no palácio em Susã, mas, no seu coração, ardia uma chama que o consumia pelo desejo de viver as promessas de seus patriarcas quanto à terra prometida de Canaã. Isso era o seu maior anelo, mas, naquele tempo, somente uma pequena leva de judeus puderam voltar com Zorobabel, seguido pelo Sacerdote Esdras. Esses remanescentes não tinham uma sólida estrutura para reedificar tudo em Jerusalém, razão pela qual muitos judeus preferiram permanecer na Babilônia.
Quando Zorobabel chegou a Jerusalém, estava com ele uma variedade mista de judeus e gentios, por causa dos casamentos mesclados, entre o povo de Deus e os pagãos, tornando ainda mais difícil a execução do sonho hebreu. Os gentios que participavam das famílias judias não tinham o mesmo sonho, nem a mesma paixão pela promessa de Deus de restauração, gerando uma séria oposição às demandas da reconstrução. Em outras palavras, os gentios não tinham o chamado para aquela obra. Isso fez com que a obra parasse, ao ponto de que o que deveria ser uma bênção agora era uma tribulação.
Neste contexto calamitoso, Neemias se interessou em saber das notícias da reconstrução de Jerusalém. Foi quando ficou sabendo da terrível situação naquele local. Nem remanescentes e nem advindos do cativeiro estavam bem, as noticias eram as piores.
Não existe chamado sem essa primeira evidência: interesse pela causa. Se o líder está voltado muito mais para os seus próprios interesses que pelas causas de Deus, o chamado não é real. Ele poderá até achar bonito e interessante, mas nos momentos decisivos ele nunca escolherá o Reino de Deus. Fazendo uma avaliação pessoal, você pode saber se o chamado existe em você quando há interesse verdadeiro pela obra de Deus. É algo do qual você não consegue se desvincular. Quando se vê, está ali de novo, na obra.
O seu chamado começa com uma definição clara dos seus interesses. Você pode até seguir na vida em alguma área, carreira ou profissão, mas, no momento em que o chamado de Deus fluir em você, os seus interesses pelo Reino, pela obra, se tornam mais aguçados do que qualquer outra coisa, pois não será simplesmente uma vontade, mas o seu estilo de vida.

2 - INFORMAÇÃO DA CAUSA
“E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo.” v. 03

A igreja de hoje vive um período de muita informação evangélica, principalmente no Brasil. Algumas boas, outras ruins, mas todas, de alguma maneira, alcançam algum tipo de público interessado, seja para criticar ou para admirar.
A questão é que o chamado não se revela nas informações isoladas de obra ou Reino, mas naquelas que são objetivas ao desempenho da sua vocação. Quando você se identifica com determinado tipo de informação (do Reino) que lhe confronta ou desafia a fazer alguma coisa, ao ponto de se tornar um impulso, isso é sintoma de chamado. Se isso continuar além do momento emotivo da informação, e nada mais estiver estimulando a emoção e o seu coração continuar ardendo, deixou de ser um sintoma e passou a ser legitimamente um chamado.

A informação causou algumas evidências do chamado na vida de Neemias, vejamos:

a) Marcas na lembrança - “E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo”
Isso foi tão forte para Neemias que sua atitude futura foi especificamente direcionada ao bem estar do seu povo, começando a reconstruir as casas juntamente com o muro. Se a informação da obra de Deus não produzir na sua lembrança marca que definia a sua atitude futura como líder, você não será um bom líder. O verdadeiro chamado possui marcas na lembrança de Reino que definem as suas prioridades.

b) Motivação consistente – “e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo.”

Quando Neemias teve a oportunidade de reconstruir os muros de Jerusalém, ele ousou enfrentar todos os seus opositores que não deixavam a obra ir adiante, que inclusive tinham paralisado a reconstrução do Templo por 14 anos nos tempos de Zorobabel como governador (antecessor de Neemias). Mas o que o levou a ser tão destemido foi a informação que recebeu sobre a situação da cidade. Isso foi tão forte dentro dele que não titubeou em nenhum momento quanto ao propósito. A motivação que teve para reconstruir os muros meses antes foi a mesma durante todo o processo. O líder chamado por Deus tem motivação consistente para com a obra.

3 - SENTIMENTO PELA CAUSA
“E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.” v. 04

As suas motivações e afinidades estão intimamente ligadas aos sentimentos. Assim é quando você escolhe as amizades, vê um determinado programa, vai a determinado lugar, etc. Em outras palavras, você é tendencioso a gostar e se emocionar com maior intensidade com aquilo que lhe promove sentimento.
A pergunta agora é: você já parou para avaliar o seu sentimento com respeito à obra de Deus? A sua resposta vai definir o tipo de pessoa que você é ao se relacionar com o Senhor e provar para você mesmo o quanto está comprometido com ele. O seu compromisso será mensurado pelo nível de sentimento que consequentemente o levará às escolhas.

Quanto ao chamado, Neemias demonstrou o perfil desse sentimento ao ser informado da obra de Jerusalém.

a) Sentimento apaixonado - “E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias”
Neemias não era um tipo de homem emotivo. Pelo contrário, era sisudo e determinado. Você pode ver isso em todo o contexto do seu livro e como foi sua postura diante de todos os seus desafios. Mas, diante da realidade da obra, o seu coração se quebrantou e ele se deixou levar pela paixão que havia dentro de si. Para um líder chamado, é imprescindível que seja apaixonado pelo Reino de Deus ao ponto de suas necessidades ou suas deficiências mexerem com a sua paixão. Se o líder não tem paixão pela obra, a sua ótica de Reino nunca sairá do campo da instituição, e aí a placa vai falar mais alto, e se tornará religioso credenciado, mas não um chamado apaixonado.

b) Sentimento que estimule espiritualidade – “e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.”
O líder chamado por Deus tem a capacidade de transformar as situações naturais em estímulos para os valores espirituais. Quando Neemias tinha motivos para se render diante do problema noticiado, foi chorar e lamentar em jejum e oração, para que Deus pudesse lhe mostrar a luz do caminho a ser tomado. Isso é transformar as situações que deveriam estimular a desistência e o desespero em armas espirituais de defesa e combate. Quem tem o verdadeiro chamado não corre em desespero, mas mesmo sofrendo, levanta-se com espiritualidade.

Este modelo de Neemias é uma evidência clara do que se pode definir como chamado. Chamado, no perfil deste modelo, pode ser definido também como estrutura de consciência, sentimento e postura diante das mais diversas e adversas situações, porque, no final de tudo, tudo passa, mas o líder chamado permanece prevalecendo.

4 - ENTREGA ESPIRITUAL PELA CAUSA
“E disse: Ah! SENHOR Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos;” v. 05

Neemias estava em uma situação real, não era fantasiosa, nem se tratava de um momento daqueles em que é só esperar que vai passar. Era o típico problema em que, não sendo tomada uma atitude, o barco afunda ou tudo desmorona de vez!
Em se tratando de um homem chamado por Deus, é uma questão de se usar o que se tem. Alguns podem correr atrás das coisas terrenas (não há nada de errado nisso), mas não encontram solução consistente. Pela realidade do mundo espiritual, as coisas naturais também acontecem como reação de alguma ação espiritual que a antecedeu. Por exemplo: você acredita na cura e ora por ela e ela acontece como resultado da fé e da oração. Por isso, todo líder chamado por Deus precisa aprender esse princípio espiritual para vencer no seu ministério. Quando tudo não dá mais, use as armas espirituais para desencadear as bênçãos que estão escondidas em Deus.

a) O chamado evidencia convicções pessoais - “E disse: Ah! SENHOR Deus dos céus, Deus grande e terrível!”
O líder que não estabelece princípios de busca e oração, não pode dizer que é chamado por Deus. Todo líder precisa ter a prática básica da oração. Orar, nesse contexto, é colocar em ação os valores que são gerados de forma convicta dentro do coração do líder que é chamado e vivenciar a essência dessa verdade através da confissão. Todo chamado precisa ter a convicção do Deus em que a pessoa crê e, como conseqüência disso, a sua vida de oração torna-se constante porque sabe que esse é o único meio de obter resultados. Você realmente crê que o seu Deus é grande? Prove isso orando e demonstrando confiança, pois só ora quem realmente crê que Ele é grande.




b) O líder chamado acredita na promessa do chamado – “Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos;”
O clamor de Neemias era simplesmente uma confissão do que ele acreditava e, ao mesmo tempo, uma declaração do que ele praticava. Você pode descobrir a intensidade do seu chamado a partir do momento em que definir as suas confissões e avaliar as suas práticas de fé. Em um sentido mais prático, observe a sua vida como um líder chamado em exercício ou aspirando à uma liderança e veja se a suas convicções estão compatíveis com as promessas de Deus (Deus pode estar dizendo muito e você pode estar acreditando pouco).

Aproveite este capitulo e medite em duas coisas básicas quanto ao seu chamado: primeiro, veja se o seu coração está ardendo em paixão, ou se o seu ministério ou função é meramente conveniente. Segundo, medite no valor do chamado e analise se você realmente está acreditando nas promessas de Deus, que lhe garantem seguí-lo.
Ore para que o Senhor dê a você uma profunda revelação do maravilhoso que é servi-lo com um chamado bem definido e valorizado, que é na verdade a grande carência da igreja neste tempo de pós-modernidade.
Deus está soprando o seu ruách de vida sobre a sua igreja e seus líderes, para levantar e reerguer uma geração forte e destemida contra as influências e conceitos mundanos de liderança sem a essência do Espírito, que tenta nos enganar com falsas idéias, que são na verdade utopias de um mundo corrompido pelo pecado.

A SUA SANTIDADE

Em uma pequena cidade no interior da Inglaterra, no século XVIII, um esplêndido evangelista chamado John Wesley ministrou uma palavra, por meio da qual, todos se rederam a Jesus. Começando assim uma nova rotina de vida na cidade. O seu testemunho de vida e suas palavras consolidaram de tal forma aquele lugar que, mesmo depois da sua morte, anos mais tarde, a sua mensagem e o seu exemplo ainda permaneciam vivos.
Cem anos depois que John Wesley passara por aquela cidade, agora com mais de quinze mil habitantes, um alegre viajante pára em uma esquina na procura de um bar onde pudesse beber alguma coisa, e pergunta ao ancião que por ali se encontrava:
- Por favor, senhor, diga-me, onde fica um bar para que eu possa tomar alguma coisa?
O simpático ancião lhe responde com um orgulhoso sorriso:
- Meu jovem, não tem nenhum lugar aqui que venda bebida alcoólica!
- Por quê? Com o aspecto de admiração, pergunta novamente o viajante.
- Porque, há cem anos, passou por aqui um homem chamado John Wesley! Respondeu o ancião.

A santidade de uma pessoa é mais forte do que a mensagem que ela prega. O testemunho de vida é a arma mais poderosa do crente para enfrentar os desafios espirituais e naturais. Quando se concilia a mensagem com a vida, tudo se torna poderosamente superável, e as marcas ficam evidenciadas além das gerações.

1 – O que é Santidade
Talvez você já tenha pensado que ser santo é uma coisa absurda e impossível para uma pessoa nos dias de hoje, mas o problema não está em você, por pensar ou ter pensado assim, o problema está na cultura que se criou a respeito da santidade de alguém. Dizem que santo é aquele que está canonizado pela igreja católica, mas o contexto bíblico dá outra conotação de santidade.

- Santidade é se separar do pecado – Gl 5.19-21
Paulo trata com os cristãos da Galácia a conscientização do mal que os desejos (obras) da carne promovem na vida de uma pessoa, e taxativamente expressa que o fim para essas obras é a perdição eterna. Então, sendo assim, você só pode chegar à santidade se entender e aceitar se separar do pecado. Tudo o que contraria a vontade de Deus é pecado, mas se você, ao oposto disso, viver de acordo com os princípios do Senhor, estará alcançando a santidade.
O primeiro passo para descobrir o que é a santidade é conhecer o que há no ser humano que faz dele um pecador: as obras da carne. Quando você mortifica a sua carne (elimina as suas obras), você está se separando do pecado para uma vida de santidade. Com outras palavras, santidade é: parar de pecar.

- Santidade é uma escolha de vida – Gl 5.21b
Paulo deixa de forma clara que o pecado está sob o poder de escolha que você tem quando diz que aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Praticar não é um deslize, uma fatalidade, mas o fruto de uma escolha ou a atitude de uma vontade. Quando você decide praticar as obras da carne, você entra no processo de perdição, mas quando você escolhe deixar essa prática e cumprir a vontade do Senhor, se torna um separado para Deus, isto é, um santo.
Na guerra do santo e do profano, da carne e do espírito, prevalece o que decidiu viver uma vida para Deus, que tem caráter para dizer não ao pecado e vira as costas para o mundo e suas ilusões, pelo bem maior: a santidade.

2 – Como ser santo
Não se trata de uma fórmula mágica, de pinta e aparece ou de repente você é santo, mas de um processo da vida cristã que já começou desde o dia em que você aceitou a Cristo como seu Senhor e Salvador. O Espírito Santo já deu início nesse processo de santificação, de uma forma tão poderosa que você talvez não tenha percebido em primeira mão, só quando teve a oportunidade de pecar como antes e simplesmente sentiu, sem que ninguém lhe dissesse alguma coisa, que aquilo não era mais para você.
Mas a palavra de Deus lhe dá a orientação certa dos passos a serem dados na direção da santificação consistente, quando diz:

“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!”. Sl 1.1

Primeiro – Não siga os conselhos dos ímpios
Há pessoas inteligentes, racionais e de bom coração fora da igreja, mas o salmista está dando a orientação legítima do perigo que você corre quando busca os conselhos de quem não tem Deus na vida. Pessoas ímpias são aquelas que não são regidas pelos princípios da palavra de Deus e suas motivações são totalmente mundanas.
Para ser santo é preciso se submeter ao que Deus estabeleceu como padrão de santidade (separação do pecado), mas como um ímpio poderá gerar na sua vida motivações que o levem a Deus ou a honrá-lo, se nem ele mesmo acredita nisso para si?
Como tratar as suas dores com pessoas que afogam as delas num copo de cerveja? Como buscar amparo em quem está desamparado? Pode parecer duro para você essa verdade, quando existe na sua vida algum valor sentimental por pessoas que não conhecem a Deus, mas a verdade aqui não é para você se tornar inimiga de ninguém. Simplesmente, entenda que, para orientar a sua vida, é preciso que o conselho venha de quem o conduz a Deus, não de quem de alguma maneira o distancia dEle. O que rege a sua vida em santidade é a verdade da Palavra de Deus e não a opinião daqueles que não conhecem o Senhor.
Conselhos do tipo: vá curtir a vida em uma boate, vá tomar uma para se divertir, você está muito jovem para ser crente, deixa dessa de igreja, pára com esse negócio de Bíblia, etc, só vão conduzi-lo à perdição. Por isso, o conselho dos ímpios, por melhores que sejam em momentos, no final, terminam com você bem longe de Deus.

Segundo – Não imite a conduta dos pecadores
Para ser santo ao Senhor, a prática do pecado deve ser evitada e abolida da sua vida, mas não pode ser uma coisa que exteriormente tenha desaparecido, e que no fundo do seu coração esteja enrustido. É, literalmente, o abandono do pecado.
Você não pode ser daqueles que não praticam o pecado, mas o amam; que, quando olham as atitudes dos pecadores, desejam as mesmas coisas para si. Isso o faz ter uma prática de santo e um coração de perdido. Não há santidade aí.
Elimine da sua vida tudo o que lhe faz desejar ou imitar a ação pecaminosa de alguém; não vale a pena seguir o modelo dos pecadores, porque o fim deles é a morte. Acredite, todo pecado tem prazer curto demais, diante das horrendas consequências que ele promove.
Já vi várias pessoas fazerem coisas erradas só porque os seus influenciadores fizeram, e, no fim, o que houve de bom? Nada. Nem para um, nem para o outro.
Satanás é astuto, ele usa de diversas maneiras para influenciar a vida de uma pessoa, através da televisão, do filme, das amizades, das falsas oportunidades e por aí vai. Quando você se vê, já está exatamente na prática que nem mesmo você acredita ser certa.
Fuja da conduta dos pecadores, não os imite, nem os inveje, mas se separe para Deus, e a sua vida será o diferencial na sua geração, para influenciar pessoas através da sua santidade.

Terceiro – Não se assente na roda dos zombadores
Quando você serve a Deus, é imprescindível que o leve a sério. Mas têm aqueles que não estão nem aí para a seriedade da existência de Deus e do seu propósito com a Igreja. Mas isso também é perigoso, porque de Deus não se zomba, como Paulo disse em Gálatas 6.7, e a semeadura que a pessoa estiver fazendo será o fator determinante no seu futuro de colheita.
Você, como uma pessoa santa (separada para Deus), não pode se juntar com aqueles que zombam de Deus ou da sua obra. Estar com eles o faz participante dos seus atos, e inevitavelmente virá o juízo.
Muitos contam piadas de Líderes da Igreja, da própria Igreja, de Deus, da pessoa do Espírito Santo, etc, e acham que isso é só uma forma de diversão, mas não percebem que estão blasfemando contra o próprio Senhor. Nesta roda, você não pode ficar, porque Deus o chamou à santidade.

3 – Benefícios da santidade
A santidade não é somente o estilo de vida que você deve levar, mas também é o meio pelo qual você alcança vários resultados aqui e na eternidade.
Deus jamais o chamaria à santidade se não houvesse um propósito gratificante nisso. Vou mostrar algumas bênçãos que acontecem como consequência de você viver uma vida separada ao Senhor.

Primeiro – Você verá o Senhor – Hb. 12.14
O conselho do escritor aos Hebreus começa com a base de se alcançar a santificação quando disse: “esforcem-se” (NVI). Em outra versão, é dito “segui” (ARA), que conota a responsabilidade e dedicação para se alcançar a santidade, mas esclarece também a razão de todo esse incentivo, quando diz: “sem a santificação ninguém verá o Senhor”.
Não tem como você chegar à presença gloriosa do Senhor sem a santificação, porque a santificação é a maneira de se liberar o acesso às regiões espirituais sem o bloqueio do pecado, que é chamado em Isaías como sendo o motivo da nossa separação de Deus (Is. 59.2).
Quando você aceitou a Cristo, você foi lavado no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo, mas a partir daí você assumiu a responsabilidade de não voltar à vida de iniquidade, e quanto mais você se mantêm em fidelidade, mais garantida está a sua vitória de ver ao Senhor. A Bíblia em I Jo 3.2 diz que o veremos tal qual ele é.

Segundo – Você julgará o mundo – I Co 6.2
Esse mundo é podre e o seu domínio é pecaminoso, porque a Bíblia diz que o mundo jaz no maligno. Só que a sua missão, enquanto aqui estiver, é influenciar e ganhar as pessoas para Cristo. Mas um dia haverá um fim e todas as pessoas que não quiseram aceitar ao Senhor serão julgadas e condenadas, e somente os santos participarão desse juízo.
O mundo, que seria para condená-lo será julgado por você, e o que fará a diferença é a santidade ao Senhor. Que o fim virá é uma verdade iminente, mas as pessoas não estão atentas a isso e pensam que a vida se resume unicamente aqui.
A Bíblia diz que um dia ao vencedor (aqueles que venceram o pecado e foram fieis até o fim) o Senhor dará autoridade sobre as nações e que se assente com Ele no seu trono (Apc 2.26; 3.21). Isso trata de governo e autoridade. Depois que Jesus voltar e arrebatar a sua Igreja haverá uma grande tribulação na terra por sete anos no governo do Anticristo. Enquanto isso, no céu estará acontecendo as bodas do Cordeiro (Apc 19), mas depois dos sete anos de tribulação na terra e festa no céu, Jesus virá novamente com todos os santos e vencerá a satanás e o prenderá por mil anos (Apc 20) e todos os santos reinarão com o Senhor sobre as nações por mil anos.
Todo o sistema pecaminoso do mundo será julgado pelos santos, inclusive no final do milênio até mesmo os demônios serão julgados (I Co 6.3).

Terceiro – Você vai herdar o céu – Apc. 21.6,7
A maior esperança do crente está na eternidade, pois tudo aqui é passageiro e momentâneo, mas na eternidade é onde tudo o que é ruim deixará de existir e ali estaremos para sempre com o Senhor. Pobre do crente que se prende a essa terra como sendo o lugar de toda a sua esperança, porque o que Deus tem preparado para nós é algo infinitamente maior e melhor do que as coisas mais belas que conhecemos aqui.
O próprio Senhor disse que você, como vencedor (aquele que permanece fiel, santo até o fim), herdará tudo o que Ele mesmo preparou no céu para passar a eternidade. Parafraseando com esse texto de Apocalipse, vamos dar uma olhada em Jo 14.1-3, que nos mostra a beleza da eternidade prometida para o salvo.

- A esperança da eternidade começa aqui – v 1
Jesus estava confortando os seus discípulos quando o assunto era a sua morte, dando-lhes a segurança do futuro eterno, já os consolando de uma forma bastante pessoal e íntima ao dizer: “Não se perturbe o coração de vocês”. Era como se estivesse dizendo: eu sei o que estou fazendo e será melhor para vocês.
Logo, diz aos discípulos a palavra de maior esperança: “Creiam em Deus, creiam também em mim.”. Estava preparando os discípulos para viverem a promessa. Em outras palavras, disse: acreditem no Deus que me enviou porque isso já é um fato para vocês, mas acreditem também em mim, porque voltarei de novo, tão real quanto agora. Ele voltará! I Co 15.51-55; I Ts 4.16-18; At 1.10,11.

- A sua morada está no céu – v 2
Jesus ministra um dos seus sermões mais apaixonados aos discípulos, cheio de ternura e empolgação, ao dizer sobre o futuro eterno deles, especificando três coisas fundamentais:

a) no céu tem muitas moradas;
b) a morada é real e ratificada por ele mesmo;
c) Ele garante a morada dos salvos lá.

Que tremendo isso, Jesus dando garantias de que vai preparar para todos os santos a morada celestial. Isso é glorioso demais, para uma pessoa preferir viver uma vida fora da santidade, se esquivando do principal objetivo da sua existência: ser salvo.

- A promessa vai se tornar realidade – v 3
A palavra de Jesus aos discípulos revelou o seu mais profundo desejo de ter consigo aqueles que são seus, pois se completa neste verso a mensagem áurea do plano eterno para os santos. Jesus prometeu voltar e buscar os santos para a eternidade, para morar e estar com Ele.
Esta doutrina maravilhosa não pode ser esquecida e muito menos ignorada, porque senão você poderá viver na terra com o coração totalmente aqui, mas, lembre-se, a sua passagem por aqui é para revolucionar, fazer história, ser santo, influenciar e conquistar a sua geração para Cristo, mas a sua verdadeira pátria está no céu.

terça-feira, 8 de junho de 2010

POR QUE AS PESSOAS SE MACHUCAM? Parte 01

“Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos. Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.”
Ageu 1:5-7

Alguém disse que o sofrimento é o companheiro mais antigo do homem. Todos nós nos esforçamos ao máximo para o evitarmos: trabalhamos, tentamos administrar bem as coisas, educamos da melhor maneira que podemos os nossos filhos, acreditamos possuir um bom caráter, etc., porém, nunca nos livramos deles! Isso significa que eles são inevitáveis, mas a maioria de nós tem um problema ainda maior, o de como lidar com as adversidades?! Afinal de contas, elas são as maiores responsáveis pelas nossas mais profundas feridas. Nada pior do que se decepcionar quando tudo foi corretamente desenvolvido, quando o casamento foi muito bem planejado e sonhado, quando o filho foi bem amado e educado, quando não faltava amor entre os cônjuges, quando se preparou para conquistar e essa conquista não aconteceu, quando o que era bênção se transformou em uma desilusão, quando o ganhar significou perder as coisas mais preciosas... Tudo isso e outras coisas semelhantes promovem feridas profundas quando nos atingem, gerando em nós traumas, complexos, mágoas, sentimento de vingança, revoltas, desconfiança de tudo e de todos, sentimento de abandono, impotência para viver, e sabe Deus mais o quê, de acordo com o temperamento e o ímpeto de cada um.

Como resultado dessas mazelas, nos tornamos pessoas mais amargas e frias, como se o melhor da vida não existisse, não passasse de uma fantasia. Independente do contexto de sofrimento de cada um, o fim dá no mesmo: feridas. Mas, Deus nos ensina o caminho não só da solução, como também, da prevenção, para superarmos ilesos, tanto os problemas, quanto o fim que eles podem nos causar.

O nosso maior tesouro em uma situação não desejada é o nosso coração (Pv 4:23), pois, se não o protegermos, seremos derrotados pelas circunstâncias e mesmo depois de superá-las ainda estarão lá, as seqüelas do fracasso. Mas, como fruto de um coração bem protegido as fontes para uma vida de superação vão jorrar do nosso interior. Com isso o foco aqui não são os problemas que enfrentamos, mas, como passar por eles sem que nos atinja o coração e conseqüentemente avançar com qualidade de vida, mesmo tendo problemas.

Para que possamos desenvolver uma vida emocional mais saudável, vamos aprender com os nossos erros para que possamos bloquear as passagens das coisas que nos ferem, respondendo a pergunta: por que as pessoas se machucam?

O profeta Ageu, descreve exatamente uma situação onde todos em Israel precisaram de proteção no coração e não tiveram. Por causa das circunstâncias, grandes projetos foram lançados no campo da insignificância, e os valores que eram priorizados por Deus foram deixados de lado, porque pareciam que não levariam a nada diante dos problemas que estavam vivendo. Foi nesse contexto que eles erraram, quando perderam a ótica certa e a confiança no Senhor sobre todas as coisas.

A ORDEM DE DEUS

Deus havia determinado ao povo que reconstruísse o templo, mas o povo o havia deixado porque achou prioritário investir em si mesmo, para só depois, obedecer ao Senhor. Esse é um engano que funciona até hoje, pois muitos de nós deixamos o que é divino como secundário para depois de conquistar os nossos objetivos corrermos pelos de Deus. Sem ter a consciência de que Deus participa conosco enquanto participamos com Ele. Nesse caso Deus era simultâneo. Mas a simultaneidade de Deus não pode ser compreendida do ponto de vista de quem se submete à situação, mas de quem a enfrenta como para vencer, sem perder os objetivos de Deus.

Todas as vezes que trocamos as prioridades de Deus pelas nossas, nos machucamos, porque agimos sozinhos e sozinhos nada podemos fazer. É como se o Senhor estivesse dizendo à Israel: vocês trabalham na reconstrução do templo e Eu trabalharei para que os seus sonhos se realizem, porque enquanto estão priorizando o que é meu, estarei guardando tesouro para vocês!

É bastante difícil para muita gente pensar em priorizar outras ações que não sejam as que geram retorno pessoal, se não saírem ganhando sentem-se usadas, lesadas. Se não conseguimos ajudar as pessoas sem pensar em retorno, não podemos lidar com a vontade de Deus. Porque muitas vezes, a vontade de Deus parecerá não ter lógica comparada ao que se tem que fazer para resultar no que a gente precisa. Como construir o templo, se eu preciso primeiro de uma casa mais bonita? Já imaginou estar debaixo de uma solicitação de Deus que secundariza a sua necessidade? Na verdade, essa é uma das formas mais comuns de conhecermos o Deus provedor. É aí que entendemos que a glória é só dEle, nisso sabemos que só Ele pode fazer.

Voltemos à nossa pergunta: por que as pessoas se machucam?

PORQUE TÊM PRIORIDADES ERRADAS

“... Semeais muito, e recolheis pouco...”

Lembre-se que não estamos falando de evitar sofrimentos, todos sofremos, o que queremos deixar evidente neste capítulo é o porquê as pessoas se machucam ao ponto de perderem os valores de Deus, de deixarem a alegria de serví-lo, como se o Senhor sofresse de uma profunda amnésia ao seu respeito. Em outras palavras, porque as pessoas se machucam ao ponto de perderem o prazer de viver e reconstruir?

Normalmente as feridas nos alcançam quando perdemos os muros de proteção das nossas emoções, esses muros são construídos por conhecimento e atitude. O capítulo 6 de Mateus retrata essa verdade de uma forma muito clara, quando Jesus viajou com os seus discípulos em razão de uma perseguição e intenção de matá-lo, ele passou por regiões que dava para extrair o melhor das coisas simples da vida, como apreciar pássaros e plantas e, disso, tirar lições preciosas para os seus seguidores. O saber que ainda não era a sua hora gerou paz e segurança e a sua atitude no caminho, gerou uma reação contrária aos estímulos emocionais da ameaça contra a sua vida. Enquanto a ameaça gritava: desespere-se! O muro de proteção era levantado pelo conhecimento e pela atitude – atitude que promovia emoções contrárias aos da circunstância. Quando nos rendemos às emoções estimuladas pelas circunstâncias negativas a nossa visão de Deus fica míope e o nosso conhecimento se rende aos fatos (enquanto deveria se render à nossa fé) e como fim, nos machucamos.

Por isso, precisamos entender que a nossa proteção está fundamentada no que mais priorizamos diante das circunstâncias, se priorizarmos o que é terreno ao invés do que é de Deus, seremos vitimas dos homens e dos acontecimentos, mas se priorizamos o que é do Senhor, nos fortalecemos nEle e superamos tudo por Ele estar em nós. No Salmo 121:1,2 diz:

“Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro? O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra.”

Enquanto priorizarmos o terreno como fonte da nossa vitória, só teremos indagações, podemos até olhar para os montes, de onde vêm os grandes exércitos dos homens, mas eles por mais poderosos que sejam não poderão chegar a tempo ou muitas vezes nem estarem lá, mas, quando levantamos um pouco mais os olhos, vemos que o único que não se atrasa e tem um poder muito mais elevado é o Senhor. Se priorizarmos isso, levantaremos os muros de proteção no nosso coração.

O povo de Israel estava com a grande oportunidade de realizar o sonho de setenta anos, o de reconstruir o templo, duas gerações inteiras haviam almejado esse fato quando estavam escravizadas na Babilônia, mas, a geração atual não estava priorizando a ordem de Deus e preferiu abandonar o propósito divino pelos anelos seculares, como se na vida de um filho do Senhor se separasse, vida em Deus e vida secular. Isso é um engano de satanás. Nós temos simplesmente uma vida e esta é em Deus! Tudo o que fazemos e possuímos partem dessa verdade da nossa existência. É daí que flui tudo em nós, seja espiritual, seja material (secular), por isso, o assunto: dinheiro é tão espiritual quanto qualquer outro assunto da Bíblia.

Como conseqüência dessa inversão de prioridades o povo deixou de reconstruir o templo para construir as suas casas. Perderam a proteção, quando pensaram que cumprir a vontade de Deus naquela circunstância significava atrasar ante as suas necessidades naturais e óbvias, como se dissessem: cumprir com o espiritual agora, vai depreciar a minha necessidade mais iminente. Como satanás tem enganado muitas pessoas com essa mentira e por causa disso, essas pessoas frustram no que estão fazendo por não construírem proteção. A atitude que gera proteção é fazer a vontade de Deus. Mas alguém pode perguntar: e se uma pessoa for machucada fazendo a obra de Deus? A verdade é que muitas pessoas são religiosas quando trabalham para Deus e não súditas. Qual é a diferença?

Estamos em um Reino, o Reino de Deus. Os homens transformaram esse Reino em uma plataforma da religião, por mais que o termo religião na sua etimologia tenha um significado perfeito (religar), a sua aplicação popular é um desastre, em nome dela matam e se matam, elaboram e executam guerras, digladiam entre si e se destroem. Por isso é importante entender a diferença entre religioso e súdito.

COMO MORDOMO FIEL

Ser disciplinado é uma questão não só de caráter, mas também de hábito. Se você não se esforçar para adquirir o hábito de praticar a vontade de Deus, você sempre estará à mercê das vontades terrenas ou carnais. Deus lhe deu a responsabilidade de administrar como um “despenseiro (encarregado) fiel” (1 Co 4.1,2), e isso significa que os mistérios de Deus ou a sua vontade devem ser administradas de forma responsável na sua própria vida, para assim passar a outras pessoas.

Você literalmente é um mordomo (aquele que administra os bens de outro) no propósito e no reino de Deus nesta terra, começando por sua própria vida, até alcançar as demais pessoas que precisam de salvação.

Você agora vai aprender alguns princípios básicos das áreas que Deus deseja que administre com fidelidade.

1 – Fiel com o tempo

A arma mais poderosa que Deus usa para acomodar as coisas, amadurecer o homem, esclarecer os fatos, desenvolver propósitos, estabelecer conquistas, etc., indiscutivelmente é o tempo. Dele ninguém pode fugir, ou nele você vive, ou nele você sobrevive. Nele você faz história, ou nele você se torna vítima da própria história. Nele você se torna um conquistador, ou um conquistado. Nem sempre o fim justifica o meio, mas o fim sem dúvida determina que o tempo acabou.

Se você não abrir os olhos para a verdade sobre o tempo, que para todos é um fato, ele vai passar de uma forma ou outra, e tudo de bom na sua vida dependerá de como você administrou o seu tempo, até mesmo a sua eternidade.

Em Eclesiastes 3.1, o escritor nos dá duas lições claras e objetivas a respeito do tempo, vejamos:

Primeiro – “Tudo tem o seu tempo determinado”

Deus não é desorganizado e deseja que você também não o seja. Não saber como administrar o tempo é uma forma clara de desorganização, porque quando você está com o seu tempo bem programado, com certeza não tem dificuldades de eleger prioridades.

O escritor, na verdade, estava dizendo: não queime etapas. Se tudo tem o seu tempo determinado é porque as etapas na vida precisam ser respeitadas. A Jornada do Discípulo começa com você fazendo parte de uma célula e vai até a conclusão da Escola de Líderes. Então, não adianta nada você terminar a Escola de Líderes sem nem se quer ter passado pelo Encontro. Seria prematuro demais. Tem o tempo certo para tudo isso na sua vida cristã. Não queimar etapas significa crescer saudável.

Tenha entendimento do tempo, porque, de qualquer forma, o tempo que você vai precisar para terminar as etapas da sua vida, vai passar, seja com você administrando fielmente ou não. Daqui a aproximadamente 8 meses a 1 ano você vai terminar a sua Jornada do Discípulo, mas, se você não for um bom mordomo com o seu tempo, você não vai terminar e o tempo vai ter passado do mesmo jeito.

Segundo – “E há tempo para todo propósito debaixo do céu”

Muitas pessoas caem no erro de obterem de uma vez os resultados, sem primeiro passarem pelo processo de maturidade que o tempo proporciona antes da conquista. Como alguns, que, ao invés de estudarem, compram o diploma, ao invés de cursarem uma escola de condutores, preferem comprar a carteira de motorista, etc., mas, apesar disso ser pecado (porque é uma ilegalidade), a pessoa perde a dádiva da maturidade e do conhecimento.

Você não pode simplesmente conquistar, tem que crescer na conquista. Conquistar deve ser consequência e não fatalidade. Quando você compra ou inventa que conquistou é como dar diploma de tiro ao alvo a um cego.

Os propósitos de Deus para você não estão dentro de um plano de fatalidades, mas de consequências. Você não negocia, você conquista. O escritor aqui está dizendo: Deus tem um tempo para cada conquista (propósito) na sua vida.

Aprenda a encarar os seus desafios na vida de fé, porque o Senhor tem um propósito de conquista para você. Comece administrando fielmente o seu tempo com a sua célula, com a sua rede, com os cultos, com a Jornada do Discípulo, etc. Fazendo assim, tudo fica mais fácil no que significa administrar os mistérios de Deus, porque ninguém jamais poderá administrar o que não conhece. Só o conhecimento adquirido (a Jornada do Discípulo é um dos meios que usamos) da Palavra de Deus poderá dizer de que mistério de Deus você deve ser mordomo. (Cl 1.26,27).

2 – Fiel com os dons e talentos

Que todos têm dons e talentos é uma verdade. Mas cabe a você entender que os seus dons e talentos existem por causa de um propósito divino, para ser desenvolvido na trajetória da sua vida.

Dons são dádivas de Deus na sua vida. Com alguns você já nasce e percebe bem cedo as suas tendências (música, arte, canto, etc.). Outros são descobertos durante o processo de maturidade ou da força de vontade (oratória, escrever, dançar, etc.), mas é claro que existem também os dons que chamamos de espirituais (você vai aprender sobre eles na Escola de Líderes), estes já são dons sobrenaturais manifestos pelo poder do Espírito Santo.

Talentos são as habilidades desenvolvidas sobre os dons, ou seja, você tem o dom para a música e isso é tendencioso na sua vida desde a mais tenra idade, mas, se você desenvolver esse dom com maestria, se tornará um excelente músico. Significa que você desenvolveu talento na música. O talento é que vai dar a dimensão com que o dom será desenvolvido. Quanto mais talento, mais o dom será desenvolvido. Ler uma partitura exige conhecimento, tocar o instrumento exige dom, tocar bem exige dom e talento.

Na vida de muitas pessoas, alguns dons tornam-se ministério, porque através deles elas passam a ministrar em favor do reino de Deus, tirando proveito do que sabem e amam fazer, para que o corpo de Cristo seja beneficiado; é exatamente aí que está a sua responsabilidade em ser fiel naquilo que Deus lhe deu. Conheço caso de igreja que tem mulheres com o ministério da agulha, elas fazem crochê, bordados, tricô, etc, e beneficiam as suas células e igreja com as vendas destes produtos. Quando isso se torna claro na sua vida cristã, você passa a entender os propósitos de Deus em dar dons e talentos. É exatamente isso que em lições posteriores chamaremos de encargo.

A Bíblia nos mostra a importância dos dons e talentos a serviço do reino de Deus e o real objetivo do por que foram dados:

“Disse então o Senhor a Moisés: Eu escolhi Bezalel, filho de Uri, filho de Ur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, para talhar e esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra artesanal”. Ex. 31.1-6.

Deus pode, por mais que você tenha dons e talentos naturais, a partir do momento em que você esteja cheio do Espírito Santo, fazer com que estes dons se tornem ferramentas dos Seus propósitos para a edificação da Sua obra. Vejamos:

- Deus escolhe pessoas em dons específicos “Disse então o Senhor a Moisés: Eu escolhi Bezalel...”

Quando o Senhor fez essa escolha, Ele estava simplesmente selecionando para o serviço da obra quem já tinha o dom, pois Bezalel já era artífice (claro que Deus pode dar ou manifestar dons específicos às pessoas segundo as necessidades da obra eu mesmo não sou músico, mas aprendi a tocar sozinho quando fui pastor na Bolívia).

O importante é saber que não importa o dom que você tenha, ele com certeza existe para um propósito de Deus na obra, você foi escolhido para ser útil no reino de Deus. A questão é que desenvolvemos talentos para estudar ou trabalhar, mas totalmente voltados para a nossa própria conquista terrena, e chamamos isso de valentia, ser guerreiro, mas imagine essa mesma garra e valor nas mãos de Deus, para fazer a Sua vontade?!

Com certeza, em algum momento o seu Líder irá contar com você para alguma coisa que seja simplesmente a aptidão do seu dom e talento (lembre-se que Deus não falou diretamente com Bezalel, mas, usou a Moisés para fazê-lo), e você, ao aceitar, será cheio do Espírito Santo no seu dom específico. Se você já é bom no que faz, imagine cheio do Espírito Santo.

- Deus potencializa o dom – “E o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe...”

Bezalel era um excelente artífice naquela época, mas Deus não queria um homem que se limitasse à sua terrena capacidade. É como se o Senhor estivesse dizendo a Moisés: ele é bom, mas vou acrescentar nele as habilidades necessárias para desenvolver segundo o meu querer.

Você pode ser bom naquilo que faz, mas Deus estabelece outra dimensão de realização quando o trabalho é para Ele. Não retira o que você sabe e pode fazer, mas acrescenta habilidades especiais totalmente potencializadas no mover do Espírito Santo.

Bezalel estava acostumado a mexer com todos os elementos descritos por Deus ali, mas não naquela proporção de qualidade. É como se ele dissesse para si mesmo: Deus está me levando a superar a mim mesmo!

Imagine em forma dobrada as qualidades daquele artífice quando Deus potencializou o seu dom e talento ao dizer que lhe dava ainda mais:

- destreza;

- habilidade;

- plena capacidade artística para:

ü desenhar e executar trabalhos em ouro,

ü prata e bronze,

ü para talhar e esculpir pedras,

ü para entalhar madeira e

ü executar todo tipo de obra artesanal.

Deus utilizou do dom que Bezalel já possuía e simplesmente o potencializou para o reino. Você está na mesma posição deste artífice, é só permitir que os seus dons e talentos sejam úteis para a obra de Deus, e, acredite, o seu Líder pode convocá-lo para fazer parte do exército de Bezaléis que compõe a igreja.

3 – Fiel com a sua contribuição financeira

A intenção aqui não é ensinar-lhe o que é o dízimo, até porque você já aprendeu isso no Bem-Vindo à Fé, mas mostrar a você de uma maneira clara e prática a seriedade quanto ao ser fiel a esse princípio.

A décima parte do seu ganho é o que a Bíblia chama de dízimo. Apesar de algumas pessoas tentarem desvirtuar isso para ser unicamente do salário fixo do mês, a verdade é que, independente de quanto você ganha fixo, tudo o que for o seu ganho deve ser dizimado ao Senhor.

Existem demônios terríveis tentando destruir a sua vida financeira. Mas o maior problema é quando você não tem uma visão espiritual do dinheiro e interpreta como materialismo. Já ouvi muitas pessoas reclamarem pelo fato de outras estarem dando o dízimo, ou murmurarem só pelo fato de que na igreja se recolhe dízimos e ofertas, mas não percebem que o fator financeiro é tão espiritual quanto qualquer outro assunto bíblico e menosprezam a verdade.

Li recentemente um artigo em uma revista famosa dizendo que o amor ao dinheiro não é a raiz de todos os males (contrariando totalmente a Bíblia), mas a razão porque muitas pessoas preferem se esquivar da verdade sobre a contribuição na Igreja é a mesquinhez, a ganância, o apego escravo ao deus que Jesus chamou de Mamon (riquezas) em Mateus 6.24. Mas vejamos melhor o caráter de quem é fiel:

Primeiro – Tem Deus como prioridade – “Ninguém pode servir a dois senhores”

Servir a Deus e estar despojado do materialismo é o desafio de muita gente, porque a maioria espera que Deus a abençoe em tudo, inclusive financeiramente, e responde ao Senhor em várias formas: no congregar, na comunhão com os irmãos, nas células, nos eventos de colheita, etc, mas quando lhe toca colocar a mão no bolso isso se torna um absurdo, algo que causa até revolta. Não lhe parece estranho que a pessoa diga amar a Deus com todo o seu coração e serví-lo com todas as suas forças, mas na hora de dizimar e ofertar se apega ferrenhamente ao dinheiro e simplesmente diz não?

Jesus estava ensinando exatamente isso, quando disse sobre dois senhores, um será sempre mais forte no coração da pessoa do que o outro, mas só é possível descobrir isso nas horas de confronto, no momento de definir a qual deles vale a maior obediência.

Mais cedo ou mais tarde, você terá que provar para você mesmo quem é o Deus mais importante na sua vida, mas não faça como muita gente que prefere deixar o Deus verdadeiro por causa de uns quantos trocados, que no final das contas só tem porque foi o Senhor quem deu.

Segundo – Sabe o propósito do dinheiro – “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”

O problema não é ter dinheiro. Na verdade, é bênção! Mas se torna uma maldição quando você não sabe o propósito de Deus ter lhe dado.

Acredito que concorde comigo que devemos ser servos somente de Deus. - Mas é claro que sim! Muita gente também responderia. Mas, na prática, servem a Deus enquanto isso não implica em compromisso financeiro. Afinal, acreditam que Deus lhes dará muito dinheiro, mas que jamais lhes pedirá dinheiro. Não é assim? Olha, para Jesus isso não tem meio termo, ou você serve a Deus de todo o seu coração, com todas as suas forças (nisso inclui dinheiro) ou você está sendo servo do seu dinheiro, do seu materialismo.

O seu papel real diante de Deus é ser grato a Ele pelas bênçãos materiais que tem dado a você e a forma de externar isso de verdade é sendo fiel com sua responsabilidade financeira no reino, através do dízimo, ofertas e primícias. Se você não consegue se submeter a essa verdade, comece a orar ou procure ajuda com seu Líder para que a escravidão a Mamon desapareça da sua vida. Porque, é claro, ou você é servo de Deus ou do dinheiro.

Romper com a barreira do materialismo é o desafio principal do caráter de muitas pessoas para servirem a Deus. Se você aceitar expulsar esse mal da sua vida, você viverá as mais ricas bênçãos do Senhor, como diz em Deuteronômio 8.18, pois, para o fiel Deus dá o dom de adquirir riquezas.